Adesão
Desde segunda-feira, dia 11, estamos em greve, com adesão em torno de 65% dos servidores do SANEP, sendo que foi necessário fazer escala para manter os 30% dos funcionários trabalhando, conforme a Lei de Greve para os serviços essenciais, pois a adesão ao movimento é em torno de 80%.
Serviços essenciais
Os serviços de água, esgoto e pesagem do lixo estão funcionando a 100%. Os serviços de emergência estão sendo atendidos, conforme a prioridade.
O caso do lixo
Alguns fatos repercutiram na mídia durante a semana. O primeiro deles foi a ação no aterro controlado. Os caminhões estavam sendo liberados num percentual de 30% para a pesagem e descarga no aterro. Durante a segunda-feira, 11, o piquete recebeu três vezes a visita do Pelotão de Choque da Brigada Militar, - maiores detalhes em Notícias da Greve I. O piquete ficou controlando a pesagem até o início da noite de terça-feira, 12 de julho, quando o comando de greve recebeu uma liminar ordenando a desocupação do local, o que foi cumprido, apesar de entendermos que estávamos agindo conforme o direito constitucional de greve.
Apoio da Câmara
Na mesma terça-feira, lotamos a Câmara de Vereadores, buscando apoio e intermediação na tentativa de diálogo com o Prefeito Municipal. Todos os vereadores tem sido sensíveis à nossa situação, mesmo os que não haviam votado pelo trancamento de pauta na semana anterior.
Formou-se uma comissão do Legislativo, que se reuniu com o Prefeito à tarde. Depois de muita conversa, o Chefe do Executivo aceitou receber a Comissão de Negociações dos funcionários na quarta-feira, desde que a assembleia, antes marcada para o dia 18, fosse antecipada e a greve terminasse.
A reunião com o Prefeito
Decidimos, então, antecipar a assembleia, mas não teríamos meios de garantir o final da greve. Mesmo assim, fomos até a Prefeitura na tarde de quarta-feira para a reunião em que estavam o Prefeito, alguns secretários, o Procurador do Município, alguns vereadores e a nossa Comissão de Negociações.
Não houve avanço nessa reunião, pois o Prefeito não aceita dialogar enquanto a greve não acabar. Assim, não foi proposto nenhum índice acima dos 6,3% nos salários e dos 20% no vale alimentação.
A assembleia
Levamos a situação para a assembleia, que decidiu por manter a greve, em virtude de não se haver avançado nas negociações.
A postura da Direção do SANEP
Em reunião com o Diretor do SANEP, o mesmo confirmou a posição do Executivo e alertou para o fato de que, daqui por diante, seremos “tratados como grevistas” e que estaria sendo feito um levantamento nos departamentos para que se mantenha o número de funcionários a 30% em cada um deles e, caso isso não se cumpra, a Direção entrará com pedido de declaração da ilegalidade da greve. As medidas de coação já começaram. A essa altura, todos já perceberam que o Refeisul não foi liberado.
Porém, nós já estávamos preparados para esse tipo de atitude autoritária por parte da Prefeitura e da Direção do SANEP. NÓS JÁ SABÍAMOS O QUE NOS ESPERAVA QUANDO DECIDIMOS CONTINUAR COM A GREVE e não vamos nos deixar abater por ameaças e coações. Nosso movimento continua firme e a tendência é que, dentro da legalidade, se intensifiquem as ações. O Comando de Greve está organizando uma agenda de atividades intensas. No final desta matéria, leia a programação até quarta-feira.
Imprensa
Na imprensa, os pronunciamentos da administração tem sido no sentido de nos desmentir e atribuir a nós a responsabilidade sobre o não atendimento de algumas emergências. Salientamos que o número de funcionários em atividade é suficiente para o atendimento dos 30% dos serviços essenciais e os mesmos sempre estiveram à disposição das chefias para a execução do trabalho. Suspeitamos de tentativa de boicote ao movimento grevista, na tentativa de influenciar a opinião pública contra os trabalhadores do SANEP.
Sendo assim, mais uma vez, expomos nossas razões – melhor detalhadas em Porque os trabalhadores do SANEP entrarão em greve. Queremos valorização salarial para maior qualidade dos serviços e ampliação do controle social sobre a água e saneamento.
Água pública
Por isso, na quinta-feira, 14/07, um grupo de 30 funcionários foi a Porto Alegre participar do ATO EM DEFESA DA ÁGUA PÚBLICA, promovido pelo COMITÊ GAÚCHO EM DEFESA DA ÁGUA PÚBLICA, que ocorreu no Plenarinho da Assembleia Legislativa, às 19h. De lá, voltaram convictos de que o perigo da privatização da água em Pelotas deve ser uma preocupação não só dos servidores da Autarquia, mas de toda a população.
Entendemos que a desvalorização e o desgaste da relação com os servidores faz parte de uma política de sucateamento do SANEP para justificar terceirizações ou a privatização. Leve-se em conta que foi verbalizado pelo Prefeito, na reunião com os vereadores, terça-feira, que essa greve seria pior para nós e, perguntado o porquê, mencionou o verbo terceirizar.
Para que se abra um debate a respeito disso, haverá uma audiência em defesa da água pública no Plenário da Câmara de Vereadores, segunda-feira, 18/07, às 19h. Convidamos, então, a população de Pelotas para esse evento que contará com a presença de membros do Comitê.
Como acabar a greve?
Essa situação é desgastante para todos, mas, só a administração Municipal pode resolver esse impasse, lançando uma oferta mais próxima do que nós necessitamos e negociando conosco. Não faz sentido, em tempos de democracia, que o Prefeito não reconheça um movimento legítimo dos trabalhadores e se recuso ao diálogo.
Prefeito, nos dê o índice!
Agenda:
- Segunda-feira, 18/07, às 19h: Audiência em defesa da água pública na Câmara de Vereadores.
- Terça-feira, 19/07, às 10h: Ato público em frente à Prefeitura.
- Quarta-feira, 20/07, a partir das 9h: Ato público na esquina do Chafariz do Calçadão.
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