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segunda-feira, 16 de abril de 2012

Perseguição a liderança de greve no SANEP

Seis dias após o término da greve no SANEP, pela manhã, ao chegar ao posto de trabalho, a servidora Rosemeri Santos, redatora deste blog, componente da Comissão de Negociações Salariais 2012 e do Comando de Greve, foi comunicada de que havia sido transferida de local de trabalho e que deveria se apresentar na nova divisão, ou seja; no Departamento de Esgotos – Divisão de Esgotos Pluviais, no mesmo dia, ou seja, hoje, 16/04.
Não houve aviso anterior para a funcionária ou sequer justificativa técnica para a transferência. A própria Chefe da Divisão em que esteve lotada a quase três anos, foi comunicada ao mesmo tempo que a Servidora Transferida. O novo chefe de nada sabia, tendo sido comunicado da transferência pela própria funcionária, por telefone, antes de se apresentar ao posto de trabalho.
A servidora reconhece como dignos todos os postos de trabalho da Autarquia e entende que, não havendo desvio de função, deve exercer sua atividade onde for necessário, contudo, ao chegar à nova divisão, verificou que não há acomodações e nem equipamentos para que possa exercer suas funções, ao mesmo tempo que o trabalho interno e o atendimento ao público resta acumulado para seus colegas da antiga divisão que, além de sua transferência, acabam de perder uma funcionária, concursada e nomeada em outra instituição.
A forma como se deu a transferência não deixa dúvidas de que o ato administrativo não decorreu de necessidade do serviço, mas de uma obscura retaliação contra a organização dos trabalhadores, sobretudo, contra o Direito de Greve, que apesar de consagrado na Constituição da República, não é respeitado pela atual administração.
Como se não bastasse atitude arbitraria e repressiva, pela parte da tarde, ao ser questionado sobre “as razões do remanejamento”, o Diretor Interino do SANEP respondeu à funcionária, perante cinco testemunhas, que o fez “por ordens superiores", ou seja, da Prefeitura de Pelotas.
Não há duvidas que a retaliação sofrida pela servidora tem como objetivo atemorizar os demais funcionários que lutam por melhores condições de vida, assim como, dificultar as mobilizações, contudo, devemos considerar que as relações de poder tem suas peculiaridades e uma atitude como essa só revela o quanto a administração municipal se encontra afetada pelo justo Movimento dos Trabalhadores do SANEP.
Esse episódio não abala em nada, pelo contrário, desmascara o poder e reforça a disposição de quem tem consciência de que a luta é justa e necessária.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Servidores do SANEP e da Prefeitura optam por aumento zero

Em assembleia realizada na última terça-feira, 03/04, a categoria dos servidores do SANEP havia deliberado, por maioria, que, no caso de não haver avanço nas negociações, o índice 4,53%, proposto pelo Executivo, seria rejeitado.

Os municipários, em assembleia do SIMP na câmara, hoje, também decidiram pela rejeição à proposta do Governo.

De forma autoritária e intransigente, a Prefeitura e a Direção do SANEP negaram-se ao diálogo e à negociação, mantendo as portas fechadas aos trabalhadores.

Como forma de protesto os servidores decidiram por não receber aumento a ter de aceitar a “migalha” oferecida pelo Governo Municipal. É um fato inédito na história da luta dos trabalhadores em Pelotas, que registra a indignação dos servidores públicos municipais e do saneamento em relação ao desrespeito com que essa administração vem tratando as pautas do funcionalismo e, consequentemente, a qualidade dos serviços prestados à população.

Por dez votos a quatro, os vereadores rejeitaram o projeto de reajuste da administração direta e aprovaram a emenda que excluiu o SANEP do projeto da administração indireta.

O fato de os vereadores, por maioria, terem acatado as deliberações das assembléias configura uma vitória para as lutas dos trabalhadores, referendando a assembleia como instância maior e soberana das decisões de uma categoria e, de certa forma, convocando os trabalhadores a fazerem-se presentes nas lutas em defesa dos seus interesses coletivos.

Na segunda-feira, 09/04, ás 9h, no Auditório do Colégio Pelotense, haverá a continuação da assembleia dos servidores do SANEP.

domingo, 1 de abril de 2012

Greve dos trabalhadores do SANEP – a semana

Segunda-feira

A concentração foi em frente ao prédio da Av. Duque de Caxias durante todo o dia. Para o almoço, foi providenciado um cachorro quente, com a contribuição de todos os presentes para a compra dos ingredientes.

Terça-feira

Continuamos com a concentração no mesmo local de segunda-feira e também foi feito o cachorro quente.

Recebemos a visita da Guarda Municipal, que tinha o objetivo de “desobstruir” o portão para a saída de veículos. Com uma conversa entre o Comando de Greve e o chefe da Divisão de Veículos, a situação foi contornada, temporariamente. Mais tarde, a visita foi da PM.

Essa mobilização da Guarda e da Brigada, solicitada pela Direção do SANEP, foi um evento gratuito e desnecessário, provavelmente para criar fatos em torno da greve. Havia caminhões, máquinas e viaturas suficientes em outros prédios para atender aos serviços essenciais.

Ressalte-se que havíamos enviado documento à Direção na sexta-feira, 23, solicitando reunião para tratar desses serviços, mantendo a população atendida e cumprindo com o que nos cabia. Porém, até agora essa reunião não ocorreu.

Ainda na terça-feira, a Direção do SANEP veiculou nota na referindo-se a possíveis atos de vandalismo. Respondemos a isso com uma NOTA DE REPÚDIO, enviada aos órgãos de imprensa e que pode ser lida aqui.

Quarta-feira

Iniciamos a manhã em frente ao prédio da Av. Duque de Caxias, onde nos foi encaminhada uma liminar para que fosse desobstruída a passagem de veículos. Medida totalmente desnecessária e que já era esperada.

Então, nos deslocamos até a frente da Sede da Autarquia e lá ficamos até o final da manhã.

Às 13h foi realizada assembleia em frente ao prédio da Duque, em que ficou deliberado que continuaríamos a greve até nova assembleia na sexta-feira, 30/03, às 14h; que participaríamos da “Marcha dos 200 anos de quê?”, promovida pelo SIMP naquela tarde e, também que a vacância deixada por Valdir Ferreira na Comissão de Negociação seria preenchida por José Luis Barr dos Santos.

A “Marcha dos 200 anos de quê?” começou com concentração no Altar da Pátria e prosseguiu pela cidade até a frente da Prefeitura, demonstrando o descontentamento de milhares de trabalhadores municipários da administração direta e indireta, incluindo a maioria dos trabalhadores do SANEP que estão paralisados. A manifestação encontrou eco nas pessoas que passa pelas ruas, demonstrando que esse descontentamento não é só dos trabalhadores do município.

Quinta-feira

Voltamos a nos manifestar em frente à Sede do SANEP, na Félix da Cunha, até o final da manhã, quando nos dirigimos em marcha até a Praça Cel. Pedro Osório, onde os municipários haviam realizado uma plenária. Esse encontro culminou em grande manifestação no largo do Mercado.

À tarde, a Comissão de Negociação teve reunião com alguns vereadores, em que ficou acertado que uma comissão composta por eles iria procurar a Direção do SANEP para tentar abrir as negociações, o que ficou marcado para segunda-feira, às 14h30min.

Sexta-feira

Novamente, concentração em frente à Sede pela manhã e assembleia às 14h no Auditório do Colégio Pelotense, em que ficou deliberado que a greve continua até a próxima assembleia, terça-feira, 03/04, às 11h, no mesmo local. Também se deliberou uma caminhada do prédio da Duque até a Sede na segunda pela manhã, com cachorro quente na hora do almoço. Outro ponto foi a reafirmação, em ata, da vontade da categoria em que, as negociações sejam realizadas pela Comissão de Negociações, impreterivelmente com a presença dos membros eleitos em assembleia.

Sábado

Um grupo de trabalhadores do SANEP participou da “Carreata dos 200 anos de quê?”, promovida pelo SIMP, com a participação de outros sindicatos e movimentos sociais. A carreata saiu do Colégio Pelotense e percorreu vários bairros da cidade, demonstrando, mais uma vez, o descontentamento com a festa dos 200 anos que se faz à custa da desvalorização do trabalhador.

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Continuamos firmes no movimento pela nossa dignidade.