Noção de vergonha
Na sexta-feira, 09/12, surgiu um cartaz pelo SANEP, intitulado “VERGONHA A NOTÍCIA QUE O ‘GOTA QUE FALTAVA’ ESCONDE DO FUNCIONÁRIO DO SANEP”. Como o cartaz não está assinado, nos referiremos aos autores como os fulanos. A tal notícia é referente ao resultado do recurso do pedido de anulação da eleição de 2009 para a diretoria do Sindicato, no qual não obtivemos sucesso.
Nossas alegações, que os fulanos chamam de mentiras, foram as que todos nós sabemos muito bem e, caso alguém não lembre, pode reler a postagem SIMSAPEL: O reinado, de 06/07/2010, onde descrevemos as razões que nos fazem considerar que essa diretoria não é digna de estar à frente da Categoria dos servidores e funcionários do SANEP.
Quando os fulanos dizem que a justiça entendeu que a eleição foi legítima, esquecem que o que é legítimo nem sempre é ético. A divulgação obrigatória da eleição foi cumprida, pois o edital foi publicado no Diário da Manhã. Mas a maioria dos sócios só ficou sabendo que havia eleição quando a urna “surgiu” na sua frente. Não houve divulgação do pleito para os funcionários, que são os principais interessados. Isso não foi ético.
Por outro lado, a juíza e os desembargadores entendem que a eleição é uma questão interna dos trabalhadores e que não há como o judiciário interferir, conforme demonstra o trecho a seguir, extraído do Acordão referente ao recurso:
Sinalo que os atuais dirigentes foram eleitos de forma praticamente unânime (91 votos dos 98 votantes) e que os demais associados, por ventura descontentes com a gestão desses mesmos dirigentes, sequer criaram chapas concorrentes ou foram às urnas votar para manifestar sua inconformidade, direitos que lhes são inerentes, assim como o requerimento de realização de assembléias, e dos quais não fizeram uso por opção própria.
Logo, como dito na sentença e em atenção ao princípio da autonomia sindical, insculpido no inciso I do artigo 8º da Constituição Federal, “resta inviável ao Judiciário interferir no resultado das eleições, sob pena de ir de encontro aos interesses da categoria claramente revelados quando do exercício do direito do voto” (fl. 316).
Ou seja, nós perdemos a ação e o recurso porque a juíza e os desembargadores não quiseram interferir na autonomia sindical, respeitando a vontade da Categoria. A Categoria, nesse caso, são os 98 que votaram na eleição. A opinião dos outros mais de 700 não importa, porque eles não se interessaram por fazer parte dessa escolha. Assim, esses 91 que disseram "sim" à chapa encabeçada pelo Sr. Jari determinaram o posicionamento da representação sindical dos 800 servidores do SANEP.
É lamentável que uma diretoria sindical sinta-se legitimamente eleita por número tão pequeno de trabalhadores. São mais de 800 servidores no SANEP, em torno de 240 sócios da ativa e somente 91 votaram sim. O número reduzido de votantes dentre os sócios se deve, em parte, pela falta de divulgação da eleição e em parte pelo fato de que vários sócios negaram-se a votar na única chapa que havia. E o número reduzido de sócios se deve à insegurança com relação à forma como essa diretoria vem administrando o Sindicato. Quem não ouviu ou, até mesmo, falou que não se associa ao Sindicato enquanto esses dirigentes estiverem lá?!
Pois é aí que está o erro, porque, se você não se associa ao Sindicato, não pode opinar, votar, decidir. Se você se omite, não tem o direito de reclamar. E o próprio judiciário nos lembra que nós é que temos que modificar essa situação. E é isso que estamos tentando fazer através do abaixo assinado requerendo uma Assembleia Geral para destituição da atual diretoria, a constituição de uma Comissão Provisória e do Conselho Fiscal. Isso é um direito nosso, não uma “ameaça”, como disseram os fulanos no tal cartaz.
Quanto à última negociação salarial, tudo o que se conseguiu foi mérito da Categoria. Se dependesse da Direção do Sindicato, teria ocorrido o mesmo que aconteceu em 2010 em que nos deixaram de fora de qualquer decisão ou negociação e, por fim, com a conivência deles ou não, fomos os últimos a saber que nosso salário já havia sido reajustado. Neste ano, fizeram assembleia por pressão, vieram arrastados nas passeatas e no movimento de greve e não “lado a lado” como disseram os fulanos no cartaz. Poderíamos ter chegado mais perto do nosso objetivo inicial se não fosse a falta de respaldo da direção do Sindicato. Falta de respaldo financeiro, político e jurídico. Testemunha disso foi o comando de greve, formado pelos líderes de piquete, que em momento decisivo tiveram que ir até a sede do Sindicato para cobrar atitude clareza da diretoria.
a politica nao é ética, mas em relaçao ao fato das eleiçoes foi que quem passou as urnas para a eleiçao, foi os membros do proprio sindicato, o que configura fraude eleitoral, ao passo que nenhum membro da chapa pode fazer parte da COE, só participar da fiscalizaçao, é dever do sindicato abrir edital para eleiçao da COE, o segundo ponto foi que omitiram informaçoes aos servidores, ao passo que nao colocaram edital de abertura de eleiçoes em nenhum setor do SANEP, um pleito destes, tem por direito dos servidores associados, ampla divulgação, nos setores da autarquia.
ResponderExcluiratt, Martirene Pedroso